Deus, nosso
Pai, sabemos que não é fácil conformar-se ao sofrimento. Revoltamo-nos diante
do absurdo que é a dor, e no desespero tudo nos apavora. Senhor, Deus da Vida,
vos pedimos: quando cada coisa pesar sobre nossos ombros, tudo se fazendo
cruzes e coroa de espinhos, e nos sentirmos como que abandonados pelo caminho;
quando soprarem os ventos nos segregando coisas ruins, e em nosso íntimo
sentirmos que nossa hora já se avizinha; quando buscamos conforto, e pelo
aguilhão da dor e da desolação mais uma vez formos feridos; quando, náufragos,
sentirmos a vida presa por tênues fios; nesse momento de treva, de tropeços e
de surdos gritos, dai-nos força para erguer nossa fronte e volver nosso olhar
para vós, que dissestes: Não vos abandonarei. Eu
sou a Vida de vossa vida. Estarei convosco até o final de vossos dias. Sou eu que mantenho acesa a chama e
guardo os segredos das cantigas dos viventes.
(Santa
Liduína)
Nenhum comentário:
Postar um comentário